Liberdade...

… O "direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem"1

Liberdade...

… O poder de se ser quem se é, como se pode ou quer ser, respeitando o mesmo direito e diversidade de outros(as).

Liberdade...

… O horizonte longínquo da diversidade?

Existirá liberdade para a diversidade? A "qualidade do diverso, variedade ou multiplicidade"2 que estimula tanto quanto desafia e... Assusta!

Diversidade é, por definição, o antagonismo de identidade.

Até que ponto a diversidade do(a) outro(a) ameaça a identidade do(a) próprio(a)?

Até que ponto a diversidade do(a) outro(a) pode ter impacto na medida em que o(a) próprio(a) é ou não "aquele(a) que diz ser ou aquele(a) que outrem presume que seja”3?

Poderá a tendência para proteger a própria identidade ser limitadora da diversidade do(a) outro(a)?

Poderá a insegurança gerada pela diversidade limitar a prosperidade promovida por aquela?

Será o diverso efetivamente o oposto do idêntico? Ou simplesmente o convite à Prosperidade, aquela “qualidade ou estado do que é próspero”4? Afinal, respeitar a liberdade pela diversidade enriquece não só a identidade individual, mas também a coletiva, e apenas desta riqueza pode brotar algo próspero, belo e digno da ação humana.

Porque é da eterna insatisfação do Ser Humano que se desbravam caminhos desconhecidos, percursos temerosos e trilhos dúbios.

Pois é esta liberdade humana que nos permite desafiar, dia após dia, crescer e transcender, sempre.

Pois é esta diversidade humana que reflete o dom maior da vida, o de a receber e o de a dar.

Pois é esta identidade humana que nos singulariza e distancia do singelo animal irracional, mas que nos incita a melhorar o nosso potencial.

Pois é, afinal, esta prosperidade humana que se espera que continue, que conceda passos grandes, por vezes, tímidos recuos, mas com a inevitável sede de seguir em frente.

Este manifesto espelha a vontade de refletir sobre o presente, repesando o passado e antevendo o futuro. Carece, contudo, de outros olhares… Olhares libertos, diversos, autênticos e prósperos…

Será o seu…?

Por João Canossa Dias, diretor técnico de reabilitação na ARCIL

Referências bibliográficas:

1. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/liberdade, consultado em 13-12-2015.

2. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/diversidade, consultado em 13-12-2015

3. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/identidade, consultado em 27-12-2015

4. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013, https://www.priberam.pt/DLPO/prosperidade, consultado em 02-01-2016