Dependência, Envelhecimento, Isolamento Social, Sobrecarga do Cuidador

As mudanças na sociedade são uma constante, ao nível da sua estrutura e organização familiar, com expressão no cada vez maior número de pessoas que pelo seu envelhecimento, dependência e isolamento social, necessitam de apoio no quotidiano.

A Fundação LIGA tem desde há 25 anos a valência de Serviço de Apoio Domiciliário, resultando de um protocolo com o Centro Distrital de Lisboa do Instituto da Segurança Social, I.P. e constitui uma resposta social, para 25 clientes.

Desde 2000, com funcionamento todos os dias do ano, durante a semana, feriados e fins de semana, apoiou, até hoje, cerca de quatro centenas de pessoas idosas e/ou com incapacidades, algumas durante mais de 10 anos, e mais tarde outros familiares do mesmo agregado, o que confirma a referência de um serviço que se pretende personalizado e de excelência.

Durante todos estes anos acumulou experiência, na prestação de cuidados personalizados no domicílio e/ou exterior da habitação a pessoas com alterações na mobilidade, pela idade, doença ou deficiência, e suas famílias, quando não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou atividades da vida diária.

Formou agentes de ação direta, capacitou cuidadores para a prestação de cuidados mais adequados sem interferir em dinâmicas individuais e familiares.

Nos casos de maior dependência, constata-se que a família, ou um elemento desta, assume o papel de cuidador, com as estudadas e conhecidas implicações em termos físicos, emocionais, sociais e profissionais. Estudos indicam que o cuidador é mulher com idade acima dos 50 anos, e muitas vezes com alterações, também, da sua condição de saúde. É nossa experiência que hoje, os filhos homens assumem com maior frequência esta função junto dos pais.

Os profissionais têm consciência dos limites da sua intervenção no domicílio quando as necessidades se tornam mais abrangentes e continuadas, sendo nessa altura o momento para apoiar a família na procura de outro tipo de resposta mais indicada.

A Humanização de cuidados (pressupõe personalização, sorriso, empatia, suporte físico, emocional e psicossocial), a promoção da autonomia (estratégias a utilizar para melhorar o desempenho e a participação social, com maior segurança e independência, sempre com base na escolha e decisão individual sobre o que é mais importante para si) e a sobrecarga do cuidador (consequência do apoio continuado e do desgaste na saúde física e mental de quem cuida), são conceitos emergentes quando se trata da prestação de cuidados que influenciam a qualidade de vida da pessoa com dependência e da sua família.

É neste sentido que trabalhamos, é com este propósito que queremos melhorar, também, a vida de quem cuida!

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